Cientista investiga uso de cães para farejar câncer
Animais já conseguem detectar câncer de próstata e bexiga. Agora estão sendo testados para detectarem câncer de mama, no intestino, pulmão, entre outros.
Uma cientista da Inglaterra está pesquisando se cães conseguem farejar casos de câncer de mama.
Outras pesquisas já haviam sugerido que cães são capazes de farejar câncer de pele, bexiga, pulmão, ovários e mama. Mas, agora, os cientistas estão tentando ampliar o uso deles nesses casos.
Claire Guest, que trabalha há anos na área, teve um câncer de mama diagnosticado em estágio inicial por um de seus cães.
Agora, Claire se uniu a outros cientistas e médicos para procurar a prova clínica de que cães conseguem farejar o câncer de mama.
Eles trabalham com Jobi - o primeiro cão a receber treinamento específico para identificar esse tipo de tumor.
A pesquisadora afirma que se, no futuro, eles descobrirem como o cachorro consegue detectar o câncer, também poderá ser possível fabricar máquinas que podem analisar o hálito ou a urina para detectar sinais da doença.
Outro estudo, publicado pela revista especializada Gut, indicou que o animal foi capaz de identificar a doença em suas fases iniciais.
Acredita-se que a biologia do tumor tenha um cheiro distinto, e uma série de estudos já usou cachorros para tentar detectá-los.
O câncer de pulmão já pode ser detectado com a ajuda de cães, que identificam os primeiros estágios da doença a partir de uma "análise" do ar exalado por pacientes. Os cães foram treinados para detectar compostos orgânicos que evaporam com facilidade (VOCs, na sigla em inglês) e que estão ligados à presença do câncer. O estudo foi publicado no "European Respiratory Journal" e realizado na Alemanha.
A pesquisa utilizou 200 voluntários, dos quais alguns eram saudáveis, outros tinham câncer de pulmão ou doença pulmonar obstrutitva crônica. A respiração de cada um deles foi analisada pelos animais treinados, que conseguiram identificar 71 pessoas com câncer de pulmão de um total de 100 possíveis. Eles também mostraram que outras 372 amostras (de um total de 400) não apresentavam tumores.
Os pesquisadores da Universidade Kyushu, no Japão, dizem que seria difícil e custoso usar cachorros em testes de rotina para detectar câncer, mas que o estudo poderia levar ao desenvolvimento de sensores eletrônicos no futuro.